quarta-feira, 19 de novembro de 2014

"Quando nos sentamos, vi como a Margarida era maravilhosa.
Senti a força do destino, impondo as suas mãos
sobre nós, como um gigantesco íman que nos impele para
o pólo oposto. Como era possível sentir um amor assim, um
fogo ardente invisível de Camões, por alguém que até então
não conhecia? E, no entanto, eu sentia-o. Sentia-o bem dentro
do meu ser, tal como Pedro sentiu o poder do mesmo
amor, defronte da sua bela Inês. Os dois, ainda sem conhecerem
o futuro, apenas poderiam suspeitar que contra
aquele amor proibido se levantariam os céus, a guerra, a
dor, a morte e todas as forças cósmicas, com o único intuito
de os destruírem com a sua inveja. A minha esperança era
que as mesmas forças cósmicas, ao invés de nos destruírem,
nos abraçassem, em redor do sonho, onde ainda hoje, Pedro
e Inês se contemplam, num vento, sem tempo nem fim, habitado
unicamente pela força invencível da paixão."

In "Noite Negra", André Coutinho

(imagem retirada de hanormal.blogspot.com)



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